A primeira, das duas audiências públicas, que debaterão, essa semana, a possibilidade de criação de uma nova unidade de conservação em território gaúcho foi realizada na tarde desta segunda-feira, 29, na sede da Universidade Federal de Rio Grande. O processo de consulta pública foi aberto no dia 12 de abril. Na audiência realizada em Rio Grande, centenas de pessoas lotaram o auditório da FURG, representantes de entidades de classe do setor produtivo, do Executivo, do Legislativo e da comunidade local.
Representando a Assembleia Legislativa do Estado, o deputado Luciano Silveira (MDB), presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo, e primeiro parlamentar a chamar a atenção para as ameaças contidas no processo de criação da nova reserva, acompanhou com atenção a apresentação dos argumentos da diretora do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Iara Vaz Ferreira. Semana passada, o deputado esteve em Brasília, justamente para tratar com ela sobre este tema. “Fomos levar as preocupações da comunidade do município e de toda a região Sul do Estado. Uma eventual decisão como esta teria impactos incalculáveis sobre a produção agrícola, sobre a pesca e até mesmo sobre a geração de energia limpa, uma das maiores vocações da região”, explicou Luciano.
O chamado Parque Nacional do Albardão (nome do farol construído no local há mais de cem anos) compreende uma área de 1,6 milhões de hectares, sendo 98,7% em ambiente marinho (1.590.000 ha) e 1,3% (21.000 ha) em ambiente terrestre. Localizado a cerca de 50 quilômetros de distância da Estação Ecológica do Taim, na costa do município de Santa Vitória do Palmar, a área integra o mapa das chamadas “Áreas Prioritárias”, do Ministério do Meio Ambiente, com status de “extrema importância”, há mais de 20 anos. Em 2008, o Conselho Nacional da Reserva da Biosfera indicou a necessidade de resguardar a biodiversidade da região com status de unidade de conservação. Nesta quarta-feira, nova audiência pública será realizada em Santa Vitória do Palmar.